Amor e devoção
/ Il Dolce Ballo
Música Ibérica dos séculos XIII a XVI
ildolceballo.com.br
2002
cm
1. Santa Maria, strela do dia [0:55]
Cantigas de Santa Maria
CSM 100
2. Des oge mais quer'eu trobar [5:24]
Cantigas de Santa Maria
CSM 1
3. Maria matrem virginem [4:05]
Livro Vermelho de Montserrat
LV 8
4. Fantasia VII [2:16]
Luys MILAN
5. Arde coraçón [1:39]
Luys de NARVAEZ
6. Qué me queréis, caballero...? [1:31]
Cancioneiro Musical do Palacio
7. Míos fueron, mi coraçón [3:13]
Cancioneiro Musical do Palacio
8. Dime robadora [1:42]
Cancioneiro Musical de Upsala
9. Pavana VI [1:26]
Luys MILAN
10. Vida y alma el que os mirare [1:31]
Cancioneiro Musical do Palácio
11. Stella splendens [4:22]
Livro Vermelho de Montserrat
LV 2
12. Cuncti simus concanentes [3:10]
Livro Vermelho de Montserrat
LV 6
13. Mandad'ei comigo [3:11]
Martin CODAX
ca II
14. Recercada segunda sobre el passamezzo moderno [1:30]
Diego ORTIZ
15. Falai miña amor [1:35]
Luys MILAN
16. Venid a suspirar al verde prado [3:47]
Cancioneiro Musical de Belem
17. La filadora [2:43]
Canção Tradicional da Catalunha
Il Dolce Ballo was created in 1995, having ever since engaged in
projects and concerts to spread the so-called "early music", a term
usually representative of European Medieval, Renaissance and Baroque
music. The unusual musical layout of its members resulted in distinctive
tunes, set apart by delicacy and refinement, obtained through constant
research of timbres based on technical and historical knowledge.
"Amor
e Devoção" (Love and Devotion), the ensemble's first CD, is a selection
of five years of musical production. The songs were recorded at lgreja
de Nossa Senhora do Pilar a church in the city of Ribeirão Pires, São
Paulo, where it was possible to find acoustic conditions adequate to the
ensemble's instruments and overall melody.
Apart from songs
containing vihuela solos and vihuela-chant duos, all pieces were adapted
or arranged by the ensemble to suit its configuration. It is
noticeable, even at cyclical forms, a concern to present the melodies
with contrast and points of interest, resulting from an arrangement
methodology where diverse combinations and possibilities of voice
distribution are brought to life, discussed and at last concatenated.
The
ensemble opted for a non-chronological sequence for the pieces, one
that emphasizes character resemblances or dissimilarities of
vocal-instrumental forms of the songs.
II Dolce Balls ultimately
hopes the experience of listening to this CD to be as gratifying and
pleasant as was the creating process.
For more english information please visit our site: www.ildolceballo.com
[ (2018) =» www.ildolceballo.com.br ]
Il Dolce Ballo foi formado em 1995 e desde então vem realizando projetos
e concertos para divulgar a chamada "música antiga", denominação
usualmente adotada para indicar a música européia da Idade Média,
Renascença e Barroco. Sua inusitada formação camerística possibilitou um
resultado sonoro muito característico, que se destaca pela delicadeza e
refinamento obtidos através de uma constante pesquisa de timbres
embasada em conhecimentos técnicos e históricos.
"Amor e
Devoção", o primeiro CD do grupo, é um resumo da produção musical dos
últimos cinco anos. O local de gravação escolhido foi a Igreja de Nossa
Senhora do Pilar, em Ribeirão Pires (SP), na qual encontram-se condições
acústicas bastante adequadas à sonoridade do grupo.
Com exceção
das peças para vihuela solo e para vihuela e canto, todas as músicas
foram adaptadas ou arranjadas pelo grupo para sua formação. Percebe-se,
mesmo nas formas cíclicas, um cuidado para tornar as peças ricas em
contrastes e focos de interesse, resultado de uma concepção de arranjo
onde diversas possibilidades de combinação e distribuição de vozes são
vivenciadas, discutidas e, por fim, concatenadas.
Na escolha da
sequência das músicas optou-se pela adoção de uma ordem não cronológica,
mas que valorize semelhanças de caráter ou contrastes na formação
vocal-instrumental.
Il Dolce Ballo espera por fim que a experiência de ouvir este CD
seja tão enriquecedora quanto foi seu processo de
realização.
Instrumentos:
Alaúde renascentista (8 ordens), Joaquim Pinheiro (RJ), 1983;
Vihuela de mano, Luciano Faria (SP), 2000;
Flauta doce sopranino barroca, Yamaha (Japão);
Flauta doce soprano Ganassi, Roberto Holz (SP), 1995;
Flautas doce contralto Ganassi, Pietro Sopranzi (Italia), 2000;
Flauta doce baixo renascentista, MOECK (Alemanha);
Pandereta maranhense, Contemporânea (SP);
Cimbalos, Contemporânea (SP);
Tambourin, Harms Historic Percussion (EUA);
Tambour de Basque "Arbeau", Harms Historic Percussion (EUA).
Il Dolce Ballo agradece a
• Guilherme de Camargo, pelo empréstimo da vihuela, e Emerson de Souza, pelo empréstimo das baquetas para
percussão;
• Pedro Rosa e Gil Assis, pela dedicação e paciência;
• Marilia Fini, pelo carinho com que escreveu o texto do encarte;
• Enido e Lucas Michelini, por sempre colaborarem conosco com dedicação e capricho;
•
Padre José Silva, Ricardo Dias de Camargo e Dona Ilda, da "Paróquia de
Santa Luzia", que possibilitaram a gravação na igreja, e a D. Luzia s
Eduardo, pela receptividade;
• Hélio Korehisa e Prefeitura Municipal de Ribeirão Pires, pelo acesso às fotos da igreja;
• Vera Miran, que nos auxiliou com o texto em catalão;
• Fernando Carvalhaes, pela orientação nas músicas medievais;
• Carin Zwilling, Francisco Campos Neto, Isa Poncet e Edmundo Hora, nossos professores e etemos incentivadores;
• David Castelo e Isamara Alves Carvalho, que já fizeram parte da história do grupo;
• nossas familias, pelo apoio, compreensão e carinho:
• e a todos aqueles que sempre nos incentivaram e acreditaram
Ficha técnica:
Gravação realizada entre os meses de fevereiro,
março e abril de 2002 na Igreja Nossa Senhora do Pilar
(Ribeirão Pires — SP).
Engenheiro de gravação: Pedro Rosa (Estúdio P10)
Miragem: Estúdio P10 e Gilberto Assis
Masterização: Estúdio Zabumba (SP).
Técnicos responsáveis: Gilberto Assis e Marco Nogueira
Produçáo musical, pesquisa e textos: Grupo Il Dolce Ballo
Projeto grefico e aquarela da capa: Endo Michelini
Fotos: Maurilio Silva Júnior, Luis Claudio Strufaldi (grupo) e Dino Pereira dos Santos (igreja)
Tradução (inglês): Lucas Michelini
O repertório contido neste CD compreende um período de aproximadamente
350 anos, entre os séculos XIII e inicio do XVI. Para nós, que vivemos
no século XXI, esse tempo pode parecer exageradamente longo, mas não é
assim se considerarmos a evolução do mundo ocidental a partir do advento
do cristianismo. Durante todo o primeiro milênio da era cristão o mundo
presenciou uma lenta e profunda mudança que durou desde a decadência do
império romano até a consolidação da cultura européia fundamentada na
aliança entre o poder temporal e a Igreja Católica Apostólica Romana.
Não foram tampos amenos esses primeiros mil anos da nossa era. A mudança
da capital do império de Roma para Bizâncio, as múltiplas invasões dos
bárbaros, as disputas entre a Igreja Bizantina e a lgreja Romana,
guerras internas e externas são apenas alguns dos fatores que marcaram
profundamente o primeiro milênio. Em meio a esse caos, a Igreja Cristã
do ocidente vai se consolidando como um poder paralelo, uno, influente e
altamente organizado, de tal modo que, ao final do milênio, todo o
conhecimento do passado estava restrito as bibliotecas instaladas nos
monastérios, conventos e abadias. Ali os estudiosos, todos pertencentes a
Igreja, obviamente, detinham-se sobre os textos antigos, traduzindo-os e
interpretando-os a luz do pensamento religioso. Muitos dos
conhecimentos conquistados pelas culturas antigas, principalmente a
egípcia e a grega, perderam-se ou ficaram obscurecidos.
Diante
disso, o que aconteceu na esfera do conhecimento nos primeiros séculos
do milênio seguinte se nos apresenta como algo realmente fantástico.
Surgem as primeiras universidades (Bologna, Montpelier, Toulouse, Paris,
Oxford, Salamanca, Coimbra...) e figuras exponenciais como São
Francisco, São Tomas de Aquino, Averroes, Avicena, Dante e muitos outros
expressam pensamentos que sugerem uma nova maneira de ver o mundo e a
humanidade. Os textos gregos, árabes e latinos são agora traduzidos e
estudados nas universidades e sob a luz desse conhecimento o homem
europeu se redescobre como parte do universo. Valores novos, como
dignidade, honra, fidelidade, lealdade e, sobretudo, amor, se fazem
presentes na literatura, na poesia e na música, tanto entre os autores
eruditos como entre os trovadores e menestréis, A mulher, até então
praticamente ausente do contexto social, tanto no universo religioso
como no profano, emerge desse anonimato, amparada pela figura da Virgem
Maria que adquire urna importância significativa no culto religioso,
propiciando a instituição de inúmeras ordens de monjas e fazendo surgir
figuras como Santa Clara, Santa Brígida e Santa Teresa. Entre os fiéis,
sobretudo na Península Ibérica, a figura da virgem assume proporções
inusitadas, simbolizando a um só tempo o amor supremo da mãe de Cristo, a
resignação diante do sofrimento e, acima de tudo, o perdão. Na
estrutura social o papel da mulher também se modifica nesse momento.
Muitas mulheres acompanhavam seus maridos nas guerras ou assumiam a
chefia da família na ausência de seus esposos e filhos que lutavam nas
cruzadas. Entre a nobreza temos figuras interessantíssimas como Eleonor
(ou Alienor), duquesa de Aquitania, mãe de Ricardo Coração de Leão,
aficionada pela música dos trovadores e ela própria uma trovadora. Não é
de estanhar, portanto, que uma grande parte da literatura, da poesia e
da música dessa época esteja voltada para a mulher, quer seja na figura
da Virgem, quer seja na idéia da mulher ideal.
Neste CD, cinco
peças se reportam à virgem e nove são canções que enfocam o amor nas
suas mais variadas formas, desde os reclamos do amante que diz ter seu
coração roubado (Dime Robadora), até o desabafo da dama que se debate entre a fidelidade ao esposo e a paixão pelo cavaleiro (Qué me queréis, caballero?), passando pelo canto de recepcão da mulher ao seu amado (Mandad'ei comigo) e a complexa e obscura linguagem de Vida y alma el que os mirare, onde o objeto mesmo da mensagem (a mulher!) esti oculto por uma linguagem simbólica.
Interpretar
a música dessa época é um desafio fascinante que exige muita
criatividade, pesquisa e, sobretudo, discernimento. As idéias são, na
sua maior parte, de uma tal simplicidade, de um tal despojamento, que
deixam o intérprete diante de um paradoxo onde tudo, em síntese, é
permitido (instrumentação, andamento, dinâmica, tipo de voz, repetições,
ornamentações...), mas onde também os limites não podem ser
ultrapassados. Ao mesmo tempo em que é livre, exige do intérprete muito
rigor, clareza e técnica apurada. Os jovens músicos do "Il Dolce Ballo",
conscientes dessas premissas, realizaram um trabalho admirável onde
pesquisa e performance interagem para atingir um resultado altamente
satisfatório, tanto do ponto de vista musicológico corno do ponto de
vista musical.
Marilia Pini
Professora da Fundação das Artes e Coordenadora dos cursos de música do UniFIAM FAAM
1. Santa Maria, strela do dia / CSM 100
(Espanha, séc. XIII) · versão instrumental
Patricia Michelini, flauta contralto — Carlos Eduardo Vieira, tambourin / Marta Roca, tambour de basque
Fonte:
as Cantigas de Santa Maria foram encomendadas e organizadas por Alfonso
X el Sabio, então rei de Castela e Aragão [sic], e em seu conteúdo
constam cerca de 400 canções que são desenvolvidas coma orações de
louvor à Virgem ou narrações de seus milagres. Os dois pdncipais
manuscritos estão no Real Monasterio El Escorial (Espanha).
2. Des oge mais quer'eu trobar / CSM 1
(Espanha, séc. XIII / galego-portugués)
Patricia Michelini, voz e flauta contralto — Carlos Eduardo Vieira, voz e címbalos — Marta Roca, pandereta — Rosimary Parra Gomes, alaúde
Temática:
Canção de louvor a Maria baseada nos sete gozos da Virgem: Anunciação;
Nascimento de Cristo; Visita e Ofertas dos Magos; Ressurreição; Ascensão
de Jesus; Inicio da Igreja, Ascenção de Maria.
3. Maria matem virginem / Livro Vermelho de Montserrat
(Espanha, séc. XIV / latim)
Patricia Michelini e Carlos Eduardo Vieira, voz — Marta Roca, flauta baixo — Rosimary Parra Gomes, alaúde
Fonte:
o Llibre Vermell de Montserrat preservado na Biblioteca do Monastério
de Montserrat (Espanha), reúne cerca de 150 páginas de documentos
copiados no século XIV que foram encadernados em veludo vermelho no
século XIX. Dentre eles estão dez canções de peregrinos que visitavam
Montserrat atrai-dos pela imagem da Virgem milagrosa.
Temática: Oração pedindo graça, salvação e redenção à Virgem e a Jesus.
4. Fantasia VII / Luys MILAN
(Espanha, séc. XVI)
Rosimary Parra Gomes, vihuela
Fonte:
Libro de musica de vihuela de mano intitulado El Maestro
(Valencia, 1536). A vihuela esteve presente no ambiente cortesão ibérico e sua
difusão resultou em publicações representativas da música instrumental
do século XVI. No Renascimento a fantasia caracterizou-se como um dos
primeiros géneros de música instrumental sem apresentar, no entanto, uma
estrutura formal rígida
5. Arde coraçón / Luys de NARVAEZ
(Espanha, séc. XVI / castelhano)
Carlos Eduardo Vieira, voz — Rosimary Parra Gomes, vihuela
Fonte: Los seys líbros del Delphín de música (Valladolid, 1538). O villancico Arde coraçon
é representativo das primeiras composições de melodia acompanhada nas
quais a parte instrumental é concebida originalmente para o instrumento,
diferenciandose das transcrições de obras vocais polifónicas vigentes
no período.
Temática: Uma exaltação do sofrimento causado pelo amor.
6. Qué me queréis, caballero...? / Cancioneiro Musical do Palácio
(Espanha, sécs. XV - XVI / castelhano)
Patricia Michelini, voz — Marta Roca, flauta baixo — Rosimary Parra Gomes, vihuela
Fonte: O Cancionero Musical de Palacio
encontra-se na Biblioteca do Palácio em Madrid. Em sua forma atual o
códice compreende 458 peças conservadas de um total de 548. Este
repertório é representativo do ambiente musical da corte espanhola na
época dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela, entre
1479 e 1516.
Temática: Uma resposta direta de uma mulher
a um cavalheiro que a corteja; ela lhe diz que nada pode fazer por ser
casada, apesar de considerar esse fato urna loucura.
7. Míos fueron, mi coraçón? / Cancioneiro Musical do Palácio
(Espanha, sécs. XV - XVI / castelhano)
Patricia Michelini e Carlos Eduardo Vieira, voz — Marta Roca, flauta baixo — Rosimary Parra Gomes, vihuela
Temática: Canção de lamento de um amante que sofre por estar distante dos olhos morenos de sua amada.
8. Dime robadora / Cancioneiro Musical de Upsala
(Espanha, sécs. XV - XVI / versão instrumental)
Marta Roca e Patricia Michelini, flautas contraltos
Fonte: Este Cancionero Musical
foi encontrado na Biblioteca Nacional da cidade sueca de Upsala.
Apresenta 54 villancicos e canções polifónicas profanas a diversas vozes
(2-5), compostas durante o reinado dos Reis Católicos (sécs. XV e XVI),
abordando temas corriqueiros da sociedade da época.
9. Pavana VI / Luys MILAN
(Espanha, séc. XVI)
Rosimary Parra Gomes, vihuela
Fonte : Libro de musica de vihuela de mano intitulado El Maestro
(Valencia, 1536). A Pavana é originalmente uma dança lenta e de caráter
processional que esteve presente nas cortes do século XVI e XVII;
normalmente era acompanhada por uma dança rápida, a Galharda, elaborada
com elementos musicais semelhantes.
10. Vida y alma el que os mirare / Cancioneiro Musical do Palácio
(Espanha, sécs. XV - XVI / castelhano)
Patricia Michelini, voz — Carlos Eduardo Vieira, voz e tambour de basque — Marta Roca, flauta baixo — Rosimary Parra Gomes, vihuela
Temática: A poesia desenvolve-se na voz drama pessoa apaixonada que sente-se aliviada por ter entregado sua alma e sua vida a seu par.
11. Stella splendens / Livro Vermelho de Montserrat
(Espanha, séc. XIV / latim)
Patricia Michelini, voz e tambour de basque — Carlos Eduardo Vieira, voz e címbalos — Marta Roca, flauta baixo — Rosimary Parra Gomes, alaúde
Temática:
Canção que convida todos, independente de sua condição social
(príncipes, advogados, artesãos...), a louvarem Virgem, a estrela
resplandecente.
12. Cuncti simus concanentes / Livro Vermelho de Montserrat
(Espanha, séc. XIV / latim)
Carlos Eduardo Vieira, voz e tambourin — Marta Roca, flauta baixo — Rosimary Parra Gomes, alaúde — Patricia Michelini, voz e tambour de basque
Temática: Anunciação do nascimento de Cristo feita pelo anjo Gabriel: "Cantemos todos juntos Ave Maria!"
13. Cantiga II "Mandad'ei comigo" / Martin CODAX
(Portugal [sic], séc. XIII / portugués [sic])
Patricia Michelini, voz e címbalos — Carlos Eduardo Vieira, voz — Marta Roca, flauta soprano — Rosimary Parra Gomes, alaúde
Fonte:
Na literatura portuguesa as "cantigas de amigo" do trovador Martin
Codax destacam-se por serem das poucas que conseivaram as notações
musicais. Estas cançoes referem-se ao sentimento feminino causado pela
ausência do amado e pela esperança e alegria por sua volta. O manuscrito
encontra-se na Pierpont Morgan Library, em Nova lorque.
Temática: A amada expressa sua felicidade por saber que seu amigo está vindo para levá-la a Vigo.
14. Recercada segunda sobre el passamezzo moderno / Diego ORTIZ
(Espanha, séc. XVIm)
Patricia Michelini, flauta contralto — Marta Roca, flauta baixo — Rosimary Parra Gomes, vihuela
Fonte: Tratado de Glosas sobre clausulas y otros génems de puntos en la musica de violones
(Roma, 1553). Neste tratado Ortiz nos ensina a "arte de glosar", ou
seja, a arte de ornamentar uma melodia por meio do acréscimo de
variações melódicas sobre as notas originais. A recercada é uma forma
tipicamente instrumental que se desenvolveu durante o Renascimento.
15. Falai miña amor / Luys MILAN
(Espanha, séc. XVI / portugués)
Carlos Eduardo Vieira, voz — Rosimary Parra Gomes, vihuela
Fonte: Libro de musica de vihuela de mano intitulado El Maestro
(Valencia, 1536)
Temática: O amante implora à amada que fale com ele, pois a falta de sua atenção o mata.
16. Venid a suspirar al verde prado / Cancioneiro Musical de Belém
(Portugal, séc. XVI / portugués [sic])
Patricia Michelini e Carlos Eduardo Vieira, voz — Marta Roca, flauta baixo — Rosimary Parra Gomes, vihuela
Fonte: O Cancioneiro do Museu Nacional de Arqueologia e Etnologia de Belém
encontra-se na Biblioteca homônima em Lisboa. Nesta antologia
encontramos o registo dos únicos madrigais conhecidos e copiados em
manuscritos portugueses, além de vilancetes, cantigas e duas chançonetas
religiosas, algumas também copiadas em outros manuscritos ibéricos.
Temática: Um camponês convida as pastoras e os
pastores à sua volta para que, junto com ele, lamentem sua
solidão e sofrimento amoroso.
17. La filadora
(Canção Tradicional da Catalunha / catalão arcaico)
Carlos Eduardo Vieira, voz — Marta Roca, flauta sopranino — Rosimary Parra Gomes, alaúde — Patricia Michelini, tambourin
Fonte: A Obra del Cançoner Popular de Catalunya
compreende cerca de nove mil canções e mil peças instrumentais. Sabe-se
que a maior parte das canções foi escrita na Idade Média e no
Renascimento. La Filadora
é considerada uma canção de dança, por seu
caráter rítmico, e também associada às
canções de ninar.
Temática: A canção conta a
história de uma jovem tecelã, filha de um pobre
camponês, que na noite de Natal encontra o seu galanteador.
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